Síria Depois do Levante (Joseph Daher)

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Formato: 16 × 23 cm
Páginas: 440
Editora: Contrabando Editorial
Idioma: Português
País de Origem: Brasil

Desde o início de um levante popular e sua violenta repressão, em 2011, a Síria ocupa com frequência o noticiário mundial. Joseph Daher analisa a resiliência do regime e os fracassos da revolta, examinando de perto ao mesmo tempo os processos contrarrevolucionários que minaram o levante de dentro e de fora.
Ao contrário de seu discurso, as potências ocidentais não incentivaram processos de democratização, direitos humanos ou a autoemancipação para os sírios em geral, abordando, na prática, o conflito através de uma lente orientalista, islamofóbica, antiárabe e muitas vezes anticurda. Segundo Daher: “houve uma tendência mundial voltada, em geral, para liquidar a rebelião em nome da chamada ‘guerra ao terror’”. Contrariando a desinformação propagada por muitos supostos socialistas apoiadores da ditadura, o autor mostra em detalhes como o povo sírio enfrentou três contrarrevoluções: uma pelo regime de Assad; uma segunda pelas forças armadas ultrarreacionárias fundamentalistas-jihadistas que dominaram a luta militar contra Assad; e uma terceira, formada pelo imperialismo regional e global.
De forma consistente Daher apoia a autodeterminação curda, denunciando a rejeição chauvinista da oposição árabe oficial às demandas nacionais dos curdos. Relatando o apoio da oposição oficial aos impulsos belicosos do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, Daher também documenta as atitudes supremacistas de alguns combatentes e oficiais do Exército Livre da Síria em relação aos curdos e alauítas. No entanto, ele não é um apoiador acrítico das milícias curdas, o que o separa daqueles que investem em mitologizar Rojava.
Através de uma reconstrução precisa dos principais eventos, Síria depois do levante se concentra nas razões pelas quais uma revolta pacífica se transformou em uma guerra destrutiva com múltiplos atores regionais e internacionais. Argumenta que outras abordagens até agora negligenciaram uma análise global das características econômicas, sociais e políticas do conflito. O livro mostra também que é impossível entender a revolta síria sem uma perspectiva histórica que remonta à tomada de poder por Hafez al-Assad em 1970.
Fruto de anos de pesquisa e diálogos com ativistas, estudantes, militantes partidários e acadêmicos sírios, Síria depois do levante será por muitos anos a base de análise da primavera árabe no Brasil.