Relatos da Greve em Curitiba (Guilherme Caldas e Beto Varella)
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Ugra (apenas para produtos): Rua Augusta, 1371 loja 116 - São Paulo - SPGrátis
Formato: 17 x 19,5 cm
Páginas: 28
Editora: Candyland Comics
Idioma: Português
País de Origem: Brasil
O primeiro governo de Beto Richa (PSDB) foi marcado por problemas de caixa que levaram a diversas tentativas desastradas de financiamento do estado. O governo tentou, sem sucesso, vender parte da Mata Atlântica ainda existente no Paraná, se apropriou de depósitos judiciais e determinou que aposentados do governo estadual passassem a contribuir para seus respectivos fundos de previdência. Após ser reeleito em primeiro turno, o governador encaminhou para a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP) um projeto que, basicamente, propunha usar os R$ 8 bilhões do Fundo Previdenciário dos servidores estaduais para pagar as aposentadorias atuais, liberando os recursos do Tesouro para investimentos.
Em fevereiro, o sindicato dos professores (APP-Sindicato) mobilizou, juntamente com vários sindicatos e movimentos sociais, um cerco à ALEP com cenas antológicas, como a dos deputados sendo obrigados a se dirigir ao local de votação dentro de um ônibus da Tropa de Choque da PM, e o Governo, mesmo tendo maioria na Assembleia, se viu obrigado a desistir da votação. No final de abril, foi encaminhado um projeto remodelado mas, que mesmo assim, encaminharia para o Fundo Previdenciário 33 mil funcionários que passariam a receber sem nunca ter contribuído para este fundo, novamente como forma de liberar recursos do Tesouro. Afirma-se que esta é uma medida, a exemplo do ocorrido no caso dos saques de depósitos judiciais, que pretende cobrir gastos já feitos pelo governo. No final de abril, professores de diversas partes do estado, juntamente com outros servidores estaduais e movimentos sociais, estavam novamente acampados na porta da ALEP.
Na antevéspera do Dia do Trabalho, eu estive lá e conversei com algumas pessoas que, poucos momentos antes, foram bombardeadas e estiveram sob a mira das escopetas da PM.
(Guilherme Caldas)